24 de agosto de 2011

Como estudar a 2 meses do Enem

Resolver provas antigas e ler jornais e revistas são as principais dicas para quem vai fazer o maior vestibular do país
Daqui a exatos dois meses, mais de seis milhões de pessoas farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde que passou a selecionar novos estudantes para universidades e institutos de ensino superior em todo o país, a prova, que neste ano acontece entre 22 e 23 de outubro, tornou-se o maior vestibular do Brasil.
A grande dica é tentar conhecer ao máximo a prova. "É importante ver como são as questões do Enem e como são abordados os temas de cada matéria. Melhor do que ver a teoria, agora é hora de aplicar o conhecimento na prática", explica o professor de geografia Reinaldo Scalzaretto, do cursinho Anglo.



Mas, faltando pouco tempo para o Enem, será que ainda é possível estudar para garantir um bom desempenho no dia da prova? O que é melhor, manter o foco na teoria, ou tentar aplicar tudo o que já sabe em exercícios?

Para o professor Edson Futema, que dá aulas de Biologia no cursinho da Poli, em São Paulo, a prática também deve ser o foco dos estudos nos próximos meses. "Em 60 dias dá para resolver de 2 a 3 simulados, o que é um bom treino", diz.

Outra dica é tentar ler e escrever o máximo que puder. "Todo candidato deve se preocupar com a interpretação de texto. Um bom treino é fazer fichamentos das matérias. Além de fixar o conhecimento, o estudante acaba treinando a interpretar aquilo que sabe", explica Jucenir da Silva Rocha, professor de história do cursinho Anglo.

Segunda a professora Vivian D’Angelo Carreira, que dá aulas de interpretação de texto e gramática no cursinho do XI, a leitura de jornais e revistas é indispensável para o estudante que fará o Enem. "As redações do Enem sempre cobram temas sociais, por isso é importante estar atento com os assuntos que estão sendo muito falados na imprensa", diz. 

Além de ajudar na prova de redação, ficar atento às notícias é fundamental para a resolução das tão cobradas questões de atualidades, que caem com frequência no Enem. "O Enem cobra muito que o candidato seja minimamente informado, por isso faz tantas questões de atualidades", comenta o professor Jucenir da Silva Rocha.

Depois de todas essas informações, ainda se sente inseguro para fazer o Enem? Confira a seguir algumas dicas do que estudar em cada área cobrada no exame.
ÁREA DO CONHECIMENTOMATÉRIASDICAS DO QUE E COMO ESTUDAR
LINGUAGENS E CÓDIGOSPORTUGUÊS - Figuras de linguagem e variação lingüística: linguagem coloquial e formal

- O Enem não cobra gramática, a prova de português é basicamente de interpretação de texto

- Faça resumos de literatura, apesar de não ser cobrado na prova é uma boa forma de treinar a interpretação de textos
INGLÊS - Familiarize-se com textos em inglês. Leia jornais e revistas no idioma

- Não se preocupe com gramática, a prova cobra uma boa leitura do texto apresentado na questão
CIÊNCIAS HUMANASHISTÓRIA - O exame cobra mais questões de história política e social, como questões indígenas, racial, da mulher e questão agrária

- Mais atenção para a história recente, como ditadura militar, no Brasil e no mundo

- Questões da história mais antiga ligadas à formação da sociedade
GEOGRAFIA - Temas mais cobrados são ligados à energia: petróleo e derivados, matriz energética (Brasil e mundo), fontes alternativas

- Também aparecem questões ambientais, como aquecimento global, ilhas de calor, enchentes, ocupação de mananciais

- Outro tema frequente é referente à população: envelhecimento, crescimento vegetativo
CIÊNCIAS DA NATUREZABIOLOGIA - Atenção para questões de evolução, seleção natural, e genética

- A prova cobra bastante a biologia ligada às questões ambientais, como desmatamento e aquecimento global

- Fisiologia humana, como trocas gasosas na respiração ou nutrição, também pode aparecer
QUÍMICA - O Enem não cobra fórmulas de química. Preste atenção a temas como: efeito estufa, trocas gasosas, questões energéticas e aquecimento global
FÍSICA - Os conteúdos que mais caem na prova são: cálculo de energia, cálculos de velocidade média, potência e calorimetria

- A prova não cobra tantas fórmulas, o mais importante é prestar atenção nas informações que aparecem no enunciado, que ajudam a encontrar a respostas da questão
MATEMÁTICAÁLGEBRA E ARITMÉTICA - Prepare-se para questões de funções, probabilidade e análise combinatória
GEOMETRIA - Cálculo de figuras planas e espaciais

- A geometria analítica também costuma ser cobrada na aprova
REDAÇÃOREDAÇÃO - Preste atenção aos temas sociais

Retirado de : 
http://guiadoestudante.abril.com.br/

11 de agosto de 2011

Eu sou mais que a minha cor!


Roberta Fragoso Kaufmann, O GLOBO

Vocês sabiam que a categoria racial “negro” não existe oficialmente? Nem sequer para o IBGE? No sistema atual, utilizam-se cinco possibilidades: branco, preto, amarelo, pardo e indígena. Então, o que isto significa?

Negro, no Brasil, é a junção das pessoas que se declaram pretas com as pessoas que se declaram pardas, para fins de divulgação das estatísticas. Ora, e quem são os “pardos”? São todos os brasileiros misturados e que se originaram da miscigenação entre brancos e pretos. Para onde foram os mamelucos? E os cafuzos? Esses não têm espaço.

Todos são obrigados a serem pardos! Mas se “pardo” é a mistura de brancos e pretos, por que eles são contabilizados como “negros”, em vez de “quase brancos” (já que possuem ascendentes dos dois grupos)? Porque os arautos da racialização querem nos tornar um país bicolor, aos moldes dos Estados Unidos! Eles lastimam o fato de nos reconhecermos miscigenados e entendem isso como retrocesso, em vez de reproduzirmos o ideal birracial dos EUA. Pensam como colônia e refutam a identidade nacional. Querem a formação de identidades bipolares (branca e preta) e recusam a identidade brasileira.

Um dos grandes problemas para os teóricos racialistas é a dificuldade que o brasileiro tem de se reconhecer pardo. Ninguém quer ser pardo. Todo mundo quer ser moreno.

Pesquisa divulgada em julho de 2011 pelo IBGE afirma que a esmagadora maioria dos que foram identificados como pardos prefere se utilizar do termo moreno. Por que, então, existe tanta resistência à adoção do termo moreno? Ora, se adotássemos moreno, em vez de pardo, este grupo representaria a esmagadora maioria, e, assim, ficaria difícil pleitear oportunidades para grupos outrora minoritários: a causa perderia legitimidade.

Por outro lado, as estatísticas relativas às condições sociais também melhorariam substancialmente. Isto porque, em muitos casos, apenas os dados sociais relativos aos pretos — que compõem 7% da população — são divulgados. Por exemplo, quando se utiliza da afirmação de que apenas 8% dos pretos estão no curso superior, olvidando-se, oportunamente, a categoria dos pardos, que representam 32% dos estudantes universitários do país.

Esta tormentosa questão, tipicamente brasileira, nunca comoveu os pesquisadores americanos. Elucidativo é o fato de que os principais livros que abordam a questão das ações afirmativas nos EUA passam ao largo do problema que tanto nos atormenta: defina quem é negro no Brasil? Pode-se dizer que é, no mínimo, curiosa a observação de brasilianistas americanos sobre o critério multirracial brasileiro, classificando- o como confuso. Nesse sentido, confira-se com Thomas Skidmore, quando afirma: “O sistema classificatório multirracial empregado pelos brasileiros costuma confundir e desorientar visitantes estrangeiros, inclusive sociólogos e antropólogos profissionais.”

A observação se torna curiosa porque a regra da ancestralidade, da uma gota de sangue, para eles, parece ser de uma nitidez cristalina. Assim, classificar uma pessoa loura, de olhos azuis e pele claríssima como preta parece ser a coisa mais óbvia e inteligível do mundo! Este foi o caso do Walter White, que não só era louro dos olhos azuis, mas foi por 25 anos presidente da maior organização a favor dos negros nos EUA. Eu sou brasileira e não quero ter que pensar sobre mim mesma a partir de minha cor. Sou muito mais do que isso!


http://rodrigoconstantino.blogspot.com