As
descargas elétricas que ocorrem na natureza sempre impressionam os habitantes
deste nosso planeta. Desde os tempos remotos, quando nossos ancestrais ainda
habitavam cavernas, os relâmpagos que quando iluminavam o céu e os trovões, com
seu rimbombar assustador, causando um misto de terror e de admiração.
Provavelmente foi em consequência de um raio que o homem, pela primeira vez,
conseguiu domar o fogo e utilizá-lo para em seu proveito. Mas por que ocorrem
essas descargas elétricas na atmosfera?
O
mecanismo dos raios ainda desvendado, sendo que objeto de contínuo estudo dos
cientistas. O que se sabe é que, provavelmente por um atrito com o ar, ligado a
outros fenômenos meteorológicos, as nuvens carregam-se eletricamente. Numa
mesma nuvem, verifica-se a existência de partes eletrizadas positivamente e
partes eletrizadas negativamente, Por isso há uma ocorrência muito grande de
faíscas dentro de uma mesma nuvem e entre nuvens diferentes, numa frequência
maior que as descargas entre as nuvens e a Terra.
A
diferença de potencial entre a parte inferior de uma nuvem e a superfície da
Terra costuma variar entre 10 milhões e 100 milhões de volts. Isso pode gerar,
entre ambas, um campo suficientemente intenso, que produz no ar a chamada
ionização que o torna condutor. Em consequência, há a descarga elétrica, o
raio, que por si só seria invisível. Entretanto, a ionização do ar o faz
luminoso, resultando no relâmpago. O aquecimento do ar, em consequência da
passagem, causa uma forte expansão, originando ondas sonoras de grande
amplitude que caracterizam o trovão.
Diariamente
acontecem em todo o globo cerca de 40 mil tempestades, ocasionando
aproximadamente 100 raios por segundo. O Brasil é o país onde mais caem raios.
Por isso, está muito desenvolvido o setor que estuda esse fenômeno em nosso
país. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) tem um departamento
que estuda especificadamente as descargas elétricas que ocorrem em nosso país,
o ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica).
É
fato conhecido que os raios caem preferencialmente sobre objetos pontiagudos.
Isso acontece porque os condutores providos de pontas apresentam nestas regiões
maior concentração de cargas. Diz-se que, nas pontas, a densidade elétrica é
maior: é o chamado poder das pontas. Por isso, numa tempestade, carregar um
guarda-chuva ou abrigar-se sob uma árvore alta é muito perigoso, pois aumenta
consideravelmente a chance de receber uma descarga elétrica. A utilização dos
para-raios está fundamentada nesse fato. Como o para-raios é provido de pontas,
ele é o alvo “prioritário” para a queda dos raios, protegendo, dentro de certos
limites, o que está ao seu redor.
Referência:
TORRES,
Carlos Magno, FERRARO, Nicolau Gilberto & SOARES, Paulo Antônio. Física:
ciência e tecnologia. São Paulo: Moderna, 2001.
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