30 de março de 2011

Casca de banana: uma aliada no combate à água contaminada


 Casca de banana- uma aliada no combate à água contaminada  iStockphotoThinkStock-Banan 
Pesquisadores brasileiros descobriram uma aliada inesperada no combate à água potável contaminada: a banana.
Em um novo estudo, as cascas trituradas da fruta conseguiram se ligar a vestígios de chumbo e cobre em amostras de água, aumentando em 20 vezes a detecção de metais tóxicos. A descoberta é uma nova esperança para as pessoas de países em desenvolvimento, onde a qualidade da água pode ser precária e as mais avançadas tecnologias de análise de água raramente chegam.
Mas ninguém deve se apressar e colocar cascas de banana na água para torná-la potável, alertam os pesquisadores. Um dia, a técnica pode ser reproduzida em ambientes industriais de forma barata e se tornar uma opção não tóxica para a limpeza de reservatórios de água.
"A supresa está na capacidade de extração, mais alta do que em materiais similares  construídos com reações químicas, como sílica modificada, trióxido de alumínio e celulose”, explica Gustavo Castro, químico do Instituto de Biociências de Botucatu, no estado de São Paulo.
"Todos esses materiais são produzidos no laboratório com o mesmo objetivo: remover os metais da água. No entanto, o custo de produção é alto e o processo gera alguns resíduos tóxicos”.
Metais pesados como o cobre e o chumbo são poluentes comuns em efluentes industriais e agrícolas. Mesmo em concentrações extremamente baixas em água potável, esses metais podem ser prejudiciais à saúdehumana, e seus efeitos variam de náuseas a danos ao fígado e aocérebro. Entretanto, pode ser difícil detectá-los em doses tão baixas.
Em busca de formas mais sustentáveis de detectar e remover os metais da água, grupos de pesquisadores têm trabalhado com cana de açúcar, fibras de coco e cascas de maçã, entre outros materiais. Castro e seus colegas foram os primeiros a fazer experimentos com cascas de banana, que contêm proteínas que se ligam a metais.
Os pesquisadores começaram com frascos de água que continham níveis pré-determinados de íons de cobre e chumbo carregados positivamente. Eles então acrescentaram um pó fino feito de cascas de banana trituradas e agitaram a mistura. Depois de alguns minutos, havia menos metal na água do que no início do experimento, o que demonstra a ligação entre o pó de casca de banana e os metais.
A técnica funcionou até com altos níveis de pH, o que seria útil pra tratar efluentes industriais. Além disso, as cascas de banana conservaram suas propriedades de ligação com metais por mais de 10 ciclos de experimentos.
“As cascas de banana não podem ser usadas para remover metais da água ou descontaminá-la”, alerta Ashok Gadgil, engenheiro ambiental daUniversidade da Califórnia em Berkeley. “No entanto, seu valor está na habilidade de aglomerar traços de chumbo e cobre, facilitando sua detecção”.
O nível máximo permitido de chumbo na água, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, é de apenas 15 partes por bilhão. Níveis tão baixos podem passar despercebidos com facilidade por vários tipos de equipamentos. No novo estudo, o pó de casca de banana aumentou 20 vezes mais a concentração desses metais, facilitando sua detecção mesmo com instrumentos rudimentares.
"Qualquer pessoa munida de um instrumento relativamente sensível encontrará uma concentração 20 vezes maior do (poluente) que estiver procurando”, explicou Gadgil. "A técnica interessa às pessoas que têm acesso limitado a equipamentos altamente sofisticados. Elas poderiam usá-la como um pré-concentrador para detectar minúsculas quantidades de metal, mesmo em equipamentos com altos limites de detecção”.
Entretanto, antes de aplicar a técnica no monitoramento de água no mundo real, Gadgil afirma que é preciso conduzir mais testes com outras variedades de banana e diferentes níveis de maturação. 
"Queremos saber se uma banana em Bangladesh funciona da mesma forma que uma banana no Brasil. Gostaria de confiar totalmente em um método de análise antes de partir para um plano de ação”, garante Castro.

22 de março de 2011

No dia mundial da água, entenda como ela é fundamental também no vestibular


7 tópicos que você precisa conhecer antes da prova

Escassez
O volume de água que circula no planeta não diminui nem aumenta. Ele está constante no processo de reciclagem natural: evapora com o calor, cai sob forma de chuva, escorre para o fundo da terra e retorna para a superfície, onde volta a evaporar.

A crise de água está muito mais ligada ao seu mau uso do que aos fatores naturais que poderiam gerar escassez. Além disso, vale lembrar que a quantidade de água na Terra é sempre a mesma, mas a quantidade de seres que a consomem é crescente. O desperdício e a contaminação dos mananciais são as principais ações humanas que causam desfalque nos recursos hídricos.

Estima-se que apenas 2,5% da água espalhada pelo globo seja doce. Para piorar esse quadro, a maior parte dessa água não está disponível para consumo – ou está escondida em depósitos subterrâneos ou está congelada nas geleiras e calotas polares. Com isso, a real proporção de água doce a que temos acesso imediato corresponde a 0,4% da água do mundo.


Conflitos
De acordo com o Programa Para o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (Unep), cerca de um a cada seis indivíduos não tem acesso à água limpa e em quantidade adequada para garantir a saúde e o desenvolvimento social e econômico. Isso acontece, em primeiro lugar, porque a água não é distribuída de maneira equilibrada pelo planeta.

Algumas regiões dispõem de recursos hídricos abundantes enquanto outras não conseguem suprir o mínimo recomendado pela ONU – cerca de 20 a 50 litros diários por pessoa. Alguns países da África e do Oriente Médio já foram foco de conflitos armados motivados pela escassez de água. O domínio sobre essas fontes é questão estratégica de segurança nacional. Se não for bem administrada, pode gerar um contingente de 100 milhões de refugiados nos próximos 20 anos.

As guerras pelo controle de rios, lagos e reservatórios fazem parte da história da humanidade desde seus primórdios. A Síria briga com a Turquia e o Iraque pelo controle da bacia dos rios Tigre e Eufrates; israelenses e palestinos brigam pelos lençóis da Cisjordânia; Bangladesh reclamou que a barragem indiana de Farakka desvia parte da vazão do rio Ganges para longe de seu território. Resultado: nos úlimos 190 anos foram estabelecidos mais de 400 tratados internacionais para o uso compartilhado de recursos hídricos.

Disparidade no consumo
Quando pensamos no crescimento demográfico e em sua relação com o consumo de água no planeta, pensamos nas bocas sedentas e no uso cotidiano da água através de torneiras, chuveiros e descargas em vasos sanitários. Não podemos excluir esse tipo de “gasto” dos cálculos, mas a maior demanda por recursos hídricos surge da necessidade de geração de energia, que varia de acordo com desenvolvimento das sociedades no campo e na indústria.

Quanto mais rica é uma população, maior é a demanda de água por cabeça. A disparidade entre o consumo dos países ricos e pobres influi diretamente na rotina de seus habitantes. Calcula-se que os africanos gastem 40 bilhões de horas a cada ano em atividades como coleta e transporte de água potável para consumo. Em termos práticos, esse tempo seria precioso para a produção de conhecimento e riqueza no continente.
- Consumo de Água no mundo

Degradação
A contaminação da água do subsolo por pesticidas e outras substâncias tóxicas usadas na agricultura pode inutilizar aquíferos para sempre. Os rios e lagos também podem morrer devido ao excesso de algas, que acabam com o oxigênio da água, tornando-a imprópria para peixes e toda a fauna aquática. Isso acontece quando os nutrientes do solo são arrastados pelas chuvas para os rios e lagos, estimulando o crescimento das algas.

A questão dos efluentes tóxicos exige observância das indústrias. Muitos rios ficam poluídos porque as substâncias contaminantes - como o mercúrio presente em aparelhos eletrônicos e os usados na mineração - tornam os efluentes industriais venenosos.

Dentre os problemas mais urgentes, destacam-se a impermeabilização do solo que prejudica a recarga dos aquíferos e as redes de esgoto sem tratamento, que contaminam as fontes subterrâneas e espalham doenças letais.

Abuso
Parece ironia, mas, quanto mais próspera é a economia global, maior é a sede do planeta. No decorrer do século XX, muitos ambientes aquáticos foram comprometidos por projetos de irrigação e ocupação irregular do solo. O mar de Aral é o exemplo extremo dessa situação.
Em 60% das cidades europeias com mais de 100 mil habitantes, o consumo de água subterrânea é maior do que sua taxa de reposição. A Cidade de México fica sobre um lençol freático responsável por 72% do abastecimento. Seis mil poços sugam 52 m³ por segundo e recebem apenas 28 m³ por segundo. Esse esvaziamento do lençol faz a cidade afundar 10 cm por ano.

Mudanças climáticas
As mudanças que mais afetam os recursos hídricos do planeta causam as chuvas ácidas e o derretimento das geleiras. Entenda como e por que.

No caso das chuvas ácidas, os óxidos liberados pela queima de combustíveis reagem com a água e o oxigênio atmosféricos, formando os ácidos sulfúrico e nítrico. Quando as chuvas carregam esses ácidos, o resultado é o envenenamento dos rios, da terra, a morte da vegetação e o surto de doenças.

Quanto ao fim das geleiras, estima-se que 80% das geleiras do Himalaia possam sumir em 30 anos, reduzindo a vazão dos principais rios asiáticos, responsáveis pelo abastecimento de mais de 16% da população mundial. A redução da neve nos Andes, nascente do rio Amazonas, afetará toda a América do Sul. Isso diz respeito não só ao abastecimento, mas também a novas mudanças bruscas nos aspectos climáticos, fechando um ciclo desastroso.

Saneamento básico e saúde
O corpo humano é constituído por 60% de água. Ela é fundamental para manter a integridade dos tecidos, a oxigenação do sangue e o funcionamento dos órgãos. Por esses motivos, o primeiro sintoma de escassez hídrica em uma região é o aumento vertiginoso dos problemas de saúde em sua população.

Consumir água imprópria para beber e cozinhar é uma das principais causas de morte nas zonas periféricas do mundo. A falta de saneamento básico influi diretamente na estrutura social de uma população: nenhuma criança consegue estudar e se não tiver condições mínimas de higiene que permitam sua boa formação física e intelectual.

No Brasil, cerca de 28 mil habitantes morrem todo ano em decorrência de algum fator relacionado à disponibilidade ou à qualidade da água e à falta de saneamento. No mundo, a água contaminada mata 1,6 milhões de crianças por diarréia a cada ano.

21 de março de 2011

Bombas e dilemas sobre a Líbia


A aprovação da resolução 1973 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidos, impondo uma zona de exclusão aérea sobre o território líbio, é fruto da história recente. A comunidade internacional foi acusada, nos anos 1990, de inação diante de graves crises, o que levou à morte e expulsão de milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, superpotências agindo isoladamente foram condenadas pelo exagero e despreparo de suas intervenções militares, em grande medida determinadas por interesses políticos e econômicos. Diante de falhas resultantes desses dois caminhos, quando afinal é necessário e recomendável agir?
A criação da ONU, nos anos 1940, não conseguiu resolver dilemas envolvendo os interesses de Estados e indivíduos. A Carta da organização, em seu primeiro artigo, garante o respeito ao "princípio de direitos iguais e autodeterminação dos povos". Já o segundo fala na "igualdade de soberania entre todos os seus membros" e diz que todo país signatário da Carta deve evitar "o uso da força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer Estado". Tudo muito bonito, mas o problema começa quando notamos que "povos" e "Estados" não são a mesma coisa. Há muitos povos convivendo dentro de Estados ou espalhados além de fronteiras. O que fazer quando o desejo de um povo é conflitante com os interesses do país que ele habita? O final do Artigo 2 complica ainda mais o estabelecimento de direitos e deveres, ao dizer que "nada contido nesta presente Carta pode autorizar as Nações Unidas a intervir em assuntos que estão essencialmente dentro da jurisdição de qualquer Estado". Como então garantir ao mesmo tempo os direitos de povos e indivíduos e a integridade política e territorial de um Estado?
A década de 1990 foi marcada por conflitos armados que não envolviam apenas a luta pelo poder, mas a subjugação física e moral de comunidades e indivíduos. Na Argélia, na ex-Iugoslávia ou em Ruanda, foram os cidadãos comuns, incluindo mulheres e crianças, que mais sofreram. Depois do genocídio de quase 1 milhão de tutsis e hutus moderados, em Ruanda, e dos relatos de violência sexual em massa e ataques a civis na Bósnia-Herzegovina, a comunidade internacional foi inundada de criticas. Os mecanismos estabelecidos pela ONU até então não estavam sendo suficientes para proteger populações civis. Tal situação levou ao desenvolvimento de uma nova doutrina. Sem poder legal, a Responsabilidade de Proteger é um conjunto de princípios desenvolvido nos últimos anos e adotado oficialmente pelas Nações Unidas no final da década passada. Segundo eles, a soberania nacional implica deveres, especialmente o de garantir a segurança da sua população. O secretário-geral da ONU, Bank Ki-Moon, associou o novo raciocínio à crise na Líbia ao dizer que o regime de Muamar Khadafi não podia fugir da responsabilidade de proteger sua população. Seu discurso transformou-se em ação com a aprovação da resolução 1973, da qual países como Brasil, Alemanha, China e Índia se abstiveram, mostrando que o caminho adotado está longe de ser uma unanimidade.
A ideia da nova doutrina internacional foi prevenir a ocorrência de genocídios e garantir os mais básicos direitos humanos, mas sua implementação é ainda difícil e polêmica. O mesmo Conselho de Segurança que pressiona Khadafi não se pronunciou contra os militares de Mianmar, por causa dos interesses da China, as inúmeras ações russas na Chechênia, por razões óbvias, ou atos de repressão realizados por aliados de Washington, como o o Uzbequistão. Os membros permanentes do Conselho de Segurança sempre olharão de forma seletiva para crises mundo afora, o que contraria o caráter universalista da Carta das Nações Unidas. Minorias na Rússia, na China ou mesmo na Arábia Saudita, além das vítimas de abusos de tropas americanas no Iraque ou no Afeganistão, têm muito pouca, ou quase nenhuma, chance de receber apoio internacional. Além disso, os governos terão de avaliar as possíveis consequências da possível adoção de uma ação militar. No caso do Iraque, a intervenção, realizada sem autorização explícita da ONU, e a consequente ocupação americana foram um desastre. Em Kosovo, os ataques da Otan, também sem aval das Nações Unidas, levaram à divisão territorial da Sérvia. O que acontecerá com a Líbia? Mesmo que os ataques ocidentais consigam proteger a população do leste do país, qual será o resultado a médio e longo prazos? Se Khadafi for derrubado, poderá o país ser pacificado ou sofrerá o mesmo destino da Iugoslávia, que não resistiu às diferenças internas? Isso será bom ou ruim para a região? Poderão grupos radicais, como a Al-Qaeda, que atua não muito longe dali, se aproveitar do agravamento do conflito? Além de bombas, há inúmeros dilemas no caminho da Líbia.

18 de março de 2011

Crise em Jirau: autoridades tranqüilizam a população durante coletiva


Paz, tranqüilidade e um pedido de calma à população. Esses foram os principais pontos abordados por autoridades rondonienses, durante entrevista na tarde desta sexta-feira (18/03). A coletiva foi marcada para explicar as ações tomadas, as causas e o desenrolar da crise que se instalou na capital, após a revolta de operários no canteiro de obras da usina de Jirau.
A reunião no auditório do Palácio Presidente Vargas, contou com a presença do governador Confúcio Moura (PMDB), do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valter Araújo (PTB), dos deputados estaduais Hermínio Coelho e Epifânia Barbosa (ambos do PT), do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), do deputado federal Moreira Mendes (PPS), do secretário estadual de Segurança, Marcelo Bessa e do gerente geral da obra, Renato Penteado.
Todos fizeram questão de afirmar que a situação está sob controle e de que não passariam de boatos as possíveis ameaças de saques e depredações que circularam pela manhã na capital.
“A situação é grave, mas o poder público está fazendo a sua parte, junto com a empresa Camargo Correia, para que a crise seja superada”, declarou o governador.
“Não acredito que somente uma briga entre um motorista e um operário tenha gerado todo esse tumulto. Mas, agora é o momento de agirmos para que essa grave crise seja superada”, disse o prefeito Roberto Sobrinho.
Já o deputado Valter Araújo pediu calma à população da capital e disse que o momento agora “é de paz e tranqüilidade”.
“Peço à imprensa que transmita à população uma mensagem de tranqüilidade, de paz. O Governo fez a sua parte, a empresa está fazendo a parte dela e a sociedade deve ficar calma, pois a situação está sob controle”, disse.
Ficou definida numa reunião entre as autoridades e representantes da empresa que os trabalhadores serão encaminhados a sua cidade de origem e deverão retornar ao canteiro de obras, em 90 dias.
“A empresa se comprometeu a continuar pagando o salário nesse período e a não fazer nenhuma retaliação contra os trabalhadores. O custo de passagem de retorno às suas cidades e depois a volta ao trabalho na obra serão custeados pela empresa”, informou Valter.
Todas as autoridades subscreveram a nota oficial publicada abaixo, tranqüilizando a população, explicando as medidas tomadas e reafirmando o compromisso de manutenção da ordem social.
NOTA DE ESCLARECIMENTO


Os membros natos do Gabinete de Gestão Integrada e demais autoridades convidadas a participarem da reunião extraordinária promovida pelo seu Coordenador Geral e Secretário de Segurança, Defesa e Cidadania, vem a público divulgar um resumo dos últimos acontecimentos ocorridos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, bem como as medidas implementadas com vistas à solução pacífica dos conflitos eclodidos na empresa e nos Distritos de Jaci Paraná e Nova Mutum:

Os primeiros focos de conflitos surgiram no dia 15.03.2011, terça-feira, oportunidade em que o desentendimento entre os trabalhadores da empresa resultou em agressões mútuas e danos causados em alguns pavilhões destinados aos alojamentos dos trabalhadores, bem como depredação e queima de alguns ônibus utilizados no transporte de empregados da Camargo Correa.

Diante dos fatos, um efetivo da Companhia de Operações Especiais foi mobilizado para o local para por fim ao conflito e restabelecer a ordem, o que foi feito.

No dia 16.03.2011, mais conflitos foram desencadeados, possivelmente ligados a fatores diversos, o que resultou no ateamento de fogo em diversos pavilhões de alojamentos e em mais de uma dezena de ônibus. O policiamento foi reforçado e a situação mais uma vez foi contida.

No entanto, na manhã do dia 17.03.2011, movidos pelo desgaste decorrente dos últimos conflitos noticiados e pela dificuldade da empresa em viabilizar soluções para contingenciar a crise, haja vista a inexistência de qualquer pauta de reivindicações apresentada pelos trabalhadores, um novo conflito foi eclodido e mais uma vez foi ateado fogo em alojamentos e veículos (basicamente ônibus). A tropa de choque mais uma vez atuou para debelar os manifestantes e controlar a situação, o que foi feito.

Em decorrência dos fatos, milhares de manifestantes se retiraram do canteiro de obras, e seguiram em direção aos distritos de Jaci Paraná e Nova Mutum. O deslocamento foi realizado a pé e em cima de veículos diversos (caçambas, caminhões, carretas, caminhonetes, etc.).

A BR-364 foi interditada em alguns momentos, principalmente no ponto que dá acesso ao canteiro de obras, e também em vista da ocupação do leito da via pelos trabalhadores. Algumas fogueiras foram feitas no leito e às margens da rodovia, mas logo a situação foi controlada e a via liberada mediante o emprego de efetivo policial.

Diante da situação relatada, foi enviado efetivo de aproximadamente 150 PM’s para reforçar o policiamento nos Distritos de Nova Mutum e Jaci Paraná, juntando-se ao efetivo lotados nestas localidades e tropa de choque que já operava no local.

A Secretaria de Segurança Pública viabilizou os contatos necessários e intermediou, na área do conflito, a solução aos anseios dos trabalhadores junto à Empresa Camargo Correa no sentido de evitar novas manifestações e com o firme propósito de manter a ordem pública nas localidades atingidas.

Os trabalhadores foram organizados em filas e permaneceram aguardando no local, durante a tarde e noite de quinta-feira, o transporte para alojamentos providenciados em Porto Velho/RO, atividade que encerrou por volta das 2 horas.

Durante o tempo em que permaneceram nos locais de embarque, os trabalhadores foram constantemente informados acerca das providências que estavam sendo adotadas, além do que, foram alimentados com o fornecimento de água mineral, lanches, frutas e marmitex, tudo custeado às expensas da empresa Camargo Correa, sendo que a distribuição dos alimentos foi realizada pelo efetivo das polícias civil, militar e corpo de bombeiros.

A Força Nacional de Segurança foi solicitada e ainda na noite de quinta-feira um efetivo de 35 policiais já se encontrava no local do evento. Na manhã desta sexta-feira o efetivo já era de 96 policiais militares e até o final do dia este número deve chegar aos 126 policiais.

Em Porto Velho, para onde os trabalhadores foram transportados, os alojamentos foram providenciados nas instalações do SESI, Náutilus e Caipirão.

Dentre as medidas tomadas pela empresa Camargo Correa, estão o acerto de verbas trabalhistas, a distribuição de passagens aos trabalhadores que necessitem retornar aos seus locais de origem, o fornecimento de alimentação aos alojados, o compromisso em custear os salários dos trabalhadores durante a paralisação das obras, bem como o chamamento dos trabalhadores quando do reinício destas.

No canteiro de obras e Distritos correlatos, a Segurança Pública empregou um efetivo de aproximadamente 300 policiais civis e militares, e cerca de 30 bombeiros militares, afora o efetivo mobilizado da Força Nacional de Segurança.

Na capital, todo o efetivo das unidades operacionais encontra-se de prontidão, sendo que em cada local onde os trabalhadores foram alojados existe efetivo de serviço, não sendo registrado, até o presente momento, qualquer manifestação contrária e atentatória à ordem pública, na área urbana da cidade, promovida por estes trabalhadores.

Portanto, o número de solicitações ao Centro Integrado de Operações (CIOP) registrado ontem no horário das 5hs as 13hs foram de 81 chamados. No mesmo horário, no dia de hoje, ocorreram 82 chamados. As pessoas encaminhadas à Central de Polícia e Delegacias de Polícia no dia de ontem, no horário referido, foram em número de 35. Já no dia de hoje, no mesmo período, foram apenas 15.

Com estes números, fica evidenciado que a situação está controlada e tendo o devido tratamento em face do número de funcionários que estão alojados na cidade, por meio da ocorrência na UHE Jirau. Ademais disso, cabe ressaltar que o movimento nas ruas da capital teve acréscimo por conta de folga dada aos funcionários da UHE Santo Antônio, os quais retomarão às suas atividades na próxima segunda-feira.

O Governo do Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC), conclama a imprensa para utilizar os meios oficiais de informação e pede que chequem as informações antes de serem veiculadas na mídia, a fim de filtrar os fatos dos boatos. O objetivo é proporcionar, por meio da Responsabilidade Social da comunicação em veículos diversos, a divulgação de notícias verídicas, e não fomentar o caos junto à sociedade, corroborando assim com a manutenção da ordem pública, e divulgando tão somente as ocorrências reais.
 
CONFÚCIO MOURA - GOVERNADOR
VALTER ARAUJO – PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
MOREIRA MENDES - DEPUTADO FEDERAL
MARCELO NASCIMENTO BESSA - Coordenador GGI/SESDEC/RO GGI/SESDEC 

RENATO DE ARRUDA PENTEADO – Diretor CAMARGO CORREA 

EMERSON S. CASTRO - VICE PREFEITO PVH

RICARDO DE SÁ VIEIRA – Secretário Casa Civil 

EPIFANIA BARBOSA DA SILVA - DEPUTADA ESTADUAL 

HERMÍNIO COELHO - DEPUTADO ESTADUAL 

16 de março de 2011

Seis em cada dez engenheiros trabalham em outras áreas


Estudo do Ipea alerta para a necessidade de mudanças na educação do país.

Maioria dos engenheiros não atua em sua própria área, segundo estudo do Ipea

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Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado nesta terça-feira (15), alerta para a necessidade de mudanças na educação do país a fim de evitar o "apagão" de engenheiros no Brasil.
Dados levantados pelo instituto mostram que, em 2009, “apenas 38% da força de trabalho brasileira com diploma superior na área de engenharia e construção estava empregada em ocupações próprias da área”. Ou seja: seis em cada dez engenheiros atuam em outras funções que não engenharia, em empresas diversas.
Segundo o Ipea, para diminuir a falta de mão de obra em grandes obras, construções e similares - hoje um problema que já afeta o Brasil - o esforço deve estar na melhora da qualidade da educação e em investimentos para tornar os cursos universitários atraentes.
- O esforço para melhorar a qualidade da educação básica deve estar no centro das atenções.
No entanto, a pesquisa aponta que não adianta somente abrir mais vagas em universidades da área.
- Questões de qualidade [do ensino superior], políticas de incentivo à entrada [de estudantes] e à conclusão de cursos técnicos, bem como de formação continuada nas próprias empresas devem ser pensadas em paralelo.
Fuga de mão de obra
Muitos engenheiros abandonam a carreira e passam a trabalhar em bancos, consultorias e outras entidades do mercado financeiro. Ao migrar para as finanças, o profissional encontra um setor que paga salários altos e bônus polpudos, sendo que muitas vezes ele ficava na "geladeira" em sua própria área. 
O mercado financeiro valoriza estes profissionais, porque sabe que eles têm uma formação sólida, boa capacidade de lidar com problemas e com números. Por sua vez, os engenheiros viram as ofertas em sua área diminuírem consideravelmente nas décadas passadas.
Estagnação
O Ipea destaca que "boa parte do problema [de escassez de mão de obra] tem origem na estagnação [da economia], ocorrida desde a década de 1980, para obras de grande porte". Por exemplo, desde a construção da Estrada de Ferro de Carajás, inaugurada em 1985, "não se construíam ferrovias de carga no país".
O resultado é que hoje, quando a economia está aquecida, a mão de obra de engenheiros fica valorizada e são exigidos mais trabalhadores. Construir uma casa, comprar um apartamento na planta, tudo sobe de preço. Ao mesmo tempo, há mais vagas e oportunidades hoje do que na década de 1980.


Retirado : http://noticias.r7.com .

15 de março de 2011

Energias em 2050



Ingenuamente, costumamos acreditar que a indústria é a grande consumidora de energia do planeta. Entretanto, em países como a França, a indústria emprega apenas um quarto da energia, enquanto o restante é devorado pelas moradias e os meios de transporte.

É mais do que sabido que as energias convencionais, ou seja, geradas por combustíveis fósseis como o petróleo, o gás e o carvão, são responsáveis pela emissão de dióxido de carbono (CO2), que tanto contribui para o temível efeito-estufa. Mas ainda não está claro quais são as atividades envolvidas e a quantidade emitida por cada um de nós. 

Utilizar um telefone celular durante um ano emite mais de 100 quilos de dióxido de carbono, enquanto incinerar uma tonelada inteira de petróleo bruto produz 3.065 quilos. Além disso, cada passageiro de avião que viaja ida e volta entre Nova York e Paris é responsável pela emissão de 3.670 quilos de dióxido de carbono.

Este único argumento deveria fazer com que optássemos por energias renováveis ou limpas, cuja contribuição para o aquecimento global é mínima. Mas há outra razão mais poderosa: o esgotamento de energias convencionais. O chamado "pico de Hubbert" faz referência ao momento em que o petróleo atinge sua produção máxima, começando a escassear a partir de então.

A data para isso? Ao redor do ano 2020. Aproximadamente uma década depois, ocorrerá o mesmo com o gás natural. Nesta época, também começarão a se esgotar as reservas de urânio, necessário para gerar energia nuclear. 
Com um pouco de sorte, as reservas de carvão poderão durar por mais dois séculos. 

Já as energias renováveis, como a energia solar, a energia eólica, a energia das marés, a energia geotérmica, a energia hidrelétrica e a gerada por biomassa, também têm suas limitações. 

O Sol não brilha por igual em todos os lugares e a todo momento; os ventos são, por definição, irregulares; aproveitar as marés é um processo muito dispendioso em relação à quantidade de energia que se pode obter; e a energia hidrelétrica exige obras enormes, de grande impacto sobre o meio ambiente.

Portanto, é possível que a utilização de energias renováveis também não seja suficiente. Outras mudanças serão imprescindíveis. Será preciso pensar em como deslocar geograficamente cultivos, rebanhos e indústrias para aproximá-los das fontes de energia; como reduzir os desperdícios grandes e pequenos, e como transformar nossas casas e nossos meios de transporte.



Retirado de : 
http://www.discoverybrasil.com

Imagens mostram cidade portuária sendo arrasada por tsunami

Um cinegrafista amador registrou o momento em que o tsunami chegou à costa nordeste do Japão na sexta-feira.
Nas imagens, as ruas da cidade portuária de Kamaishe desaparecem sob o paredão d'água.
Prédios inteiros são destruídos, arrastados e carros são levados pela força das águas.
Impotentes, moradores observam as cenas surreais do topo de prédios.
Kamaishe
A água arrancou prédios inteiros e os arrastou pelas ruas da cidade
Quem teve tempo, se refugiou na parte mais alta da cidade.
A água derrubou a rede de distribuição de energia em partes do país e dificultou o acesso à comida em diversas áreas.
O primeiro-ministro japonês afirmou que por causa do desastre natural, o país foi lançado na pior crise desde a Segunda Guerra Mundial.
O terremoto também causou danos em uma usina nuclear, causando temores de uma contaminação por radioatividade .


Retirado de :  http://www.bbc.co.uk/portuguese/

13 de março de 2011

Machu Picchu



Situada no vale do Rio Urubamba, no Peru, Machu Picchu contempla a amplidão das montanhas de seu altar pleno de mistérios. Ao amanhecer, a cidadela se veste com uma espessa camada de neblina, um efeito especial da natureza que, ao se dissipar, revela o intricado complexo arquitetônico.

A história de Machu Picchu ainda é cheia de lacunas. Calcula-se que sua construção tenha ocorrido no século XV, durante o período do império inca, mas sua existência permaneceu desconhecida até o início do século XX. Sua redescoberta é atribuída ao professor norte-americano Hiram Bingham, que chegou à cidade em 24 de junho de 1911 seguindo os passos de vários fazendeiros locais, tendo um nativo com guia. Apesar da existência da cidadela ser conhecida pelos habitantes do vale, não há evidências claras sobre o propósito. Místico? Militar? Residencial?

Rodeada de incógnitas, em 7 de julho de 2007 Machu Picchu se converteu em uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, por meio de uma votação aberta pela internet da qual participaram mais de 100 milhões de pessoas de todo o planeta.

Para visitar o sítio histórico, deve-se pegar um trem para o vilarejo de Águas Calientes, e de lá, pegar um ônibus até Machu Picchu. Ou então, aventurar-se a pé pela lendária Trilha Inca. Continue explorando este incrível destino nesta Experiência Discovery
.



Retirado de : http://www.discoverybrasil.com 

Confira alguns pontos da história do Brasil que estão sendo rediscutidos nas universidades


Tem certeza de que tudo o que aprendeu de história está correto? Há sempre novas interpretações, fique de olho

por GUILHERME DEARO | 10/03/2011 19h 44
Muitos assuntos de história aprendidos na escola foram tratados como incontestáveis durante anos, mas uma nova geração de historiadores está trazendo novos documentos, estudos e visões para jogar lenha na fogueira. Inglaterra queria o fim da escravidão para aumentar o mercado consumidor? Os bandeirantes eram mercenários violentos que apenas queriam matar índios? Não é tão simples assim.
ZUMBI E OS ESCRAVOS
Como você aprendeu
Os quilombos lutavam pela libertação dos escravos. Zumbi lutava por igualdade e, em Palmares, construiu uma sociedade igualitária.
O que novos estudos apontam
Zumbi tinha seus escravos também. Aliás, era relativamente comum negros terem escravos. E em Palmares havia desigualdade, com senhores e servos. O propósito era livrar-se do poder dos senhores do engenho, mas para construir seu próprio poder, não para abolir a escravidão.
GUERRA DO PARAGUAI
Como você aprendeu
No século 19 o Paraguai era um país próspero com uma economia industrial em ascensão, o que ameaçava o poder hegemônico da Inglaterra na América do Sul. Por isso, ela forçou o Brasil a entrar em guerra com o país vizinho e destruí-lo. 
O que novos estudos apontam
Paraguai era o país mais atrasado do Cone Sul. Até o Uruguai tinha uma economia melhor. O país ainda vivia sob o autoritarismo de Solano López, que, com ímpetos militares, forçou uma batalha com Brasil e Argentina. A Inglaterra, com vários investimentos em infraestrutura na região, posicionou-se contra o conflito.
ORIGEM DO SAMBA
Como você aprendeu
O samba é um estilo musical que teve sua gênese no morro e no meio do povo, é uma legítima manifestação popular brasileira. E o Carnaval é uma festa tipicamente brasileira.
O que novos estudos apontam
Samba surgiu na elite do Rio de Janeiro, quando os músicos usavam partituras e incorporavam ao novo estilo elementos do jazz e do maxixe. Quando uma onda nacionalista no começo do século 20 buscou elementos para criar uma identidade brasileira, repudiou-se a origem clássica do estilo e deu-se a roupagem atual, popular. Já o Carnaval é uma festa que existe desde a Idade Média na Europa. O atual formato de desfiles e agremiações surgiu no Brasil nos anos 1930, com Getúlio Vargas, usando tendências fascistas de marcha e desfile.
INVENÇÃO DO AVIÃO
Como você aprendeu
O brasileiro Santos Dumont é o pai da aviação. Ele foi o primeiro a voar em público, em Paris, com o seu 14-Bis. Ele também inventou o relógio de pulso. Pacifista, se matou quando, durante a Segunda Guerra Mundial, viu que sua invenção estava sendo usada para matar pessoas.
O que novos estudos apontam
Os irmãos Wright, americanos, foram os primeiros a voar, inclusive com testemunhas e relatos públicos. Aliás, isso nem é dito por novos estudos. Em todo o mundo o feito dos irmãos Wright é reconhecido desde sempre, apenas no Brasil o tema ainda é polêmico. O relógio de pulso é uma invenção dos tempos de Shakespeare. E Dumont não se importava com o uso militar de suas "criações". Tanto que os balões que criara eram usados com seu consentimento em guerras.
BANDEIRANTES
Como você aprendeu
Os bandeirantes eram guerreiros sanguinários atrás de dinheiro. Eles dizimaram a população indígena, que sempre se uniu e lutou contra a dominação europeia.
O que novos estudos apontam
Jesuítas faziam, propositalmente, relatos exagerados sobre as bandeiras. Principalmente na região da Prata (perto da Argentina e Uruguai), rica em minérios e alvo de cobiça, eles faziam questão de exagerar justamente porque os bandeirantes eram paulistas. Já os índios não eram apenas vítimas inocentes dos portugueses. Muitos trocavam de lado, guerreavam com os europeus e dominavam outras tribos. Vários deles até mudavam de nome e seus filhos já não se consideravam mais "índios".

Retirado de : http://guiadoestudante.abril.com.br/