18 de março de 2011

Crise em Jirau: autoridades tranqüilizam a população durante coletiva


Paz, tranqüilidade e um pedido de calma à população. Esses foram os principais pontos abordados por autoridades rondonienses, durante entrevista na tarde desta sexta-feira (18/03). A coletiva foi marcada para explicar as ações tomadas, as causas e o desenrolar da crise que se instalou na capital, após a revolta de operários no canteiro de obras da usina de Jirau.
A reunião no auditório do Palácio Presidente Vargas, contou com a presença do governador Confúcio Moura (PMDB), do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valter Araújo (PTB), dos deputados estaduais Hermínio Coelho e Epifânia Barbosa (ambos do PT), do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), do deputado federal Moreira Mendes (PPS), do secretário estadual de Segurança, Marcelo Bessa e do gerente geral da obra, Renato Penteado.
Todos fizeram questão de afirmar que a situação está sob controle e de que não passariam de boatos as possíveis ameaças de saques e depredações que circularam pela manhã na capital.
“A situação é grave, mas o poder público está fazendo a sua parte, junto com a empresa Camargo Correia, para que a crise seja superada”, declarou o governador.
“Não acredito que somente uma briga entre um motorista e um operário tenha gerado todo esse tumulto. Mas, agora é o momento de agirmos para que essa grave crise seja superada”, disse o prefeito Roberto Sobrinho.
Já o deputado Valter Araújo pediu calma à população da capital e disse que o momento agora “é de paz e tranqüilidade”.
“Peço à imprensa que transmita à população uma mensagem de tranqüilidade, de paz. O Governo fez a sua parte, a empresa está fazendo a parte dela e a sociedade deve ficar calma, pois a situação está sob controle”, disse.
Ficou definida numa reunião entre as autoridades e representantes da empresa que os trabalhadores serão encaminhados a sua cidade de origem e deverão retornar ao canteiro de obras, em 90 dias.
“A empresa se comprometeu a continuar pagando o salário nesse período e a não fazer nenhuma retaliação contra os trabalhadores. O custo de passagem de retorno às suas cidades e depois a volta ao trabalho na obra serão custeados pela empresa”, informou Valter.
Todas as autoridades subscreveram a nota oficial publicada abaixo, tranqüilizando a população, explicando as medidas tomadas e reafirmando o compromisso de manutenção da ordem social.
NOTA DE ESCLARECIMENTO


Os membros natos do Gabinete de Gestão Integrada e demais autoridades convidadas a participarem da reunião extraordinária promovida pelo seu Coordenador Geral e Secretário de Segurança, Defesa e Cidadania, vem a público divulgar um resumo dos últimos acontecimentos ocorridos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, bem como as medidas implementadas com vistas à solução pacífica dos conflitos eclodidos na empresa e nos Distritos de Jaci Paraná e Nova Mutum:

Os primeiros focos de conflitos surgiram no dia 15.03.2011, terça-feira, oportunidade em que o desentendimento entre os trabalhadores da empresa resultou em agressões mútuas e danos causados em alguns pavilhões destinados aos alojamentos dos trabalhadores, bem como depredação e queima de alguns ônibus utilizados no transporte de empregados da Camargo Correa.

Diante dos fatos, um efetivo da Companhia de Operações Especiais foi mobilizado para o local para por fim ao conflito e restabelecer a ordem, o que foi feito.

No dia 16.03.2011, mais conflitos foram desencadeados, possivelmente ligados a fatores diversos, o que resultou no ateamento de fogo em diversos pavilhões de alojamentos e em mais de uma dezena de ônibus. O policiamento foi reforçado e a situação mais uma vez foi contida.

No entanto, na manhã do dia 17.03.2011, movidos pelo desgaste decorrente dos últimos conflitos noticiados e pela dificuldade da empresa em viabilizar soluções para contingenciar a crise, haja vista a inexistência de qualquer pauta de reivindicações apresentada pelos trabalhadores, um novo conflito foi eclodido e mais uma vez foi ateado fogo em alojamentos e veículos (basicamente ônibus). A tropa de choque mais uma vez atuou para debelar os manifestantes e controlar a situação, o que foi feito.

Em decorrência dos fatos, milhares de manifestantes se retiraram do canteiro de obras, e seguiram em direção aos distritos de Jaci Paraná e Nova Mutum. O deslocamento foi realizado a pé e em cima de veículos diversos (caçambas, caminhões, carretas, caminhonetes, etc.).

A BR-364 foi interditada em alguns momentos, principalmente no ponto que dá acesso ao canteiro de obras, e também em vista da ocupação do leito da via pelos trabalhadores. Algumas fogueiras foram feitas no leito e às margens da rodovia, mas logo a situação foi controlada e a via liberada mediante o emprego de efetivo policial.

Diante da situação relatada, foi enviado efetivo de aproximadamente 150 PM’s para reforçar o policiamento nos Distritos de Nova Mutum e Jaci Paraná, juntando-se ao efetivo lotados nestas localidades e tropa de choque que já operava no local.

A Secretaria de Segurança Pública viabilizou os contatos necessários e intermediou, na área do conflito, a solução aos anseios dos trabalhadores junto à Empresa Camargo Correa no sentido de evitar novas manifestações e com o firme propósito de manter a ordem pública nas localidades atingidas.

Os trabalhadores foram organizados em filas e permaneceram aguardando no local, durante a tarde e noite de quinta-feira, o transporte para alojamentos providenciados em Porto Velho/RO, atividade que encerrou por volta das 2 horas.

Durante o tempo em que permaneceram nos locais de embarque, os trabalhadores foram constantemente informados acerca das providências que estavam sendo adotadas, além do que, foram alimentados com o fornecimento de água mineral, lanches, frutas e marmitex, tudo custeado às expensas da empresa Camargo Correa, sendo que a distribuição dos alimentos foi realizada pelo efetivo das polícias civil, militar e corpo de bombeiros.

A Força Nacional de Segurança foi solicitada e ainda na noite de quinta-feira um efetivo de 35 policiais já se encontrava no local do evento. Na manhã desta sexta-feira o efetivo já era de 96 policiais militares e até o final do dia este número deve chegar aos 126 policiais.

Em Porto Velho, para onde os trabalhadores foram transportados, os alojamentos foram providenciados nas instalações do SESI, Náutilus e Caipirão.

Dentre as medidas tomadas pela empresa Camargo Correa, estão o acerto de verbas trabalhistas, a distribuição de passagens aos trabalhadores que necessitem retornar aos seus locais de origem, o fornecimento de alimentação aos alojados, o compromisso em custear os salários dos trabalhadores durante a paralisação das obras, bem como o chamamento dos trabalhadores quando do reinício destas.

No canteiro de obras e Distritos correlatos, a Segurança Pública empregou um efetivo de aproximadamente 300 policiais civis e militares, e cerca de 30 bombeiros militares, afora o efetivo mobilizado da Força Nacional de Segurança.

Na capital, todo o efetivo das unidades operacionais encontra-se de prontidão, sendo que em cada local onde os trabalhadores foram alojados existe efetivo de serviço, não sendo registrado, até o presente momento, qualquer manifestação contrária e atentatória à ordem pública, na área urbana da cidade, promovida por estes trabalhadores.

Portanto, o número de solicitações ao Centro Integrado de Operações (CIOP) registrado ontem no horário das 5hs as 13hs foram de 81 chamados. No mesmo horário, no dia de hoje, ocorreram 82 chamados. As pessoas encaminhadas à Central de Polícia e Delegacias de Polícia no dia de ontem, no horário referido, foram em número de 35. Já no dia de hoje, no mesmo período, foram apenas 15.

Com estes números, fica evidenciado que a situação está controlada e tendo o devido tratamento em face do número de funcionários que estão alojados na cidade, por meio da ocorrência na UHE Jirau. Ademais disso, cabe ressaltar que o movimento nas ruas da capital teve acréscimo por conta de folga dada aos funcionários da UHE Santo Antônio, os quais retomarão às suas atividades na próxima segunda-feira.

O Governo do Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC), conclama a imprensa para utilizar os meios oficiais de informação e pede que chequem as informações antes de serem veiculadas na mídia, a fim de filtrar os fatos dos boatos. O objetivo é proporcionar, por meio da Responsabilidade Social da comunicação em veículos diversos, a divulgação de notícias verídicas, e não fomentar o caos junto à sociedade, corroborando assim com a manutenção da ordem pública, e divulgando tão somente as ocorrências reais.
 
CONFÚCIO MOURA - GOVERNADOR
VALTER ARAUJO – PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
MOREIRA MENDES - DEPUTADO FEDERAL
MARCELO NASCIMENTO BESSA - Coordenador GGI/SESDEC/RO GGI/SESDEC 

RENATO DE ARRUDA PENTEADO – Diretor CAMARGO CORREA 

EMERSON S. CASTRO - VICE PREFEITO PVH

RICARDO DE SÁ VIEIRA – Secretário Casa Civil 

EPIFANIA BARBOSA DA SILVA - DEPUTADA ESTADUAL 

HERMÍNIO COELHO - DEPUTADO ESTADUAL 

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