18 de maio de 2011

Proteção aos oceanos passa por ampliação das reservas marinhas

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No ano passado, membros da Convenção Sobre Diversidade Biológica concordaram que "até 2020, ao menos 10% das áreas costeiras e marinhas, sobretudo as áreas de importância específica para abiodiversidade e serviços ligados aos ecossistemas, deveriam ser conservadas por meio de sistemas de áreas protegidas bem conectadas, ecologicamente representativas e gerenciadas equitativamente”.
O ritmo terá que aumentar um pouco se quisermos que esta meta seja cumprida. Atualmente, as áreas marinhas protegidas compreendem apenas 1,42% dos oceanos. Segundo Dan Laffoley, vice-presidente daComissão Mundial de Áreas Protegidas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), ao ritmo atual de concessão de novas áreas marinhas protegidas, atingiremos os 10% somente 2047.
Além disso, a área biogeográfica coberta atualmente é bastante irregular, e a representação das áreas próximas à costa nesta colcha de retalhos é especialmente precária. Ainda assim, as notícias são boas, afirma Laffoley.
Durante sua conferência no segundo Congresso Internacional de Conservação Marinha (IMCC) em Victoria, Colúmbia Britânica, Laffoley destacou que a linha de progressão é crescente, sobretudo em decorrência da criação de várias reservas significativas: o Monumento Naiconal Marinho Papahānaumokuākea, no noroste das Ilhas Havaianas, fundado pelo Presidente George W. Bush em 2006; Sala y Gomez, que abrange uma área ao redor da Ilha de Páscoa, estabelecido pelo governo chileno em outubro passado, e a Reserva Marinha de Chagos, criada pela Grã Bretanha por decreto em abril de 2010, que compreende uma área enorme do Oceano Índico e a base militar de Diego Garcia.
As novas reservas também estão ficando maiores. Na época de sua criação, Papahānaumokuākea era a maior reserva contínua do mundo, mas foi superada por Chagos, que abrange uma área de 544 mil quilômetros quadrados e abriga um dos maiores e mais saudáveis atóis de coral do planeta. No entanto, Chagos pode estar prestes a perder a coroa, segundo Jay Nelson, do Projeto Global Ocean Legacy.
As Ilhas Kermadec, localizadas entre a Nova Zelânida e Tonga e lar de 11% das espécies de aves marinhas do mundo, assumiriam a dianteira se forem convertidas em reserva; o próximo da lista seria o Mar de Coral.
Isso é importante, porque se reservas e áreas protegidas regulares são altamente eficientes, as grandes são mais ainda. Segundo o Pew Group, por exemplo, "o tamanho médio das áreas marinhas protegidas é de 1,6 quilômetro quadrado. Seriam necessárias 20 milhões de áreas como esta para proteger 10% dos nossos oceanos”.
Por outro lado, reservas muito grandes oferecem proteção e abrigo para espécies migratórias, e seu tamanho as torna mais resistentes à poluiçãoe outras ameaças. A resistência dos recifes de Chargos ao descoramento que afetou os corais em todo o mundo no ano passado não deve ser mera coincidência.
Em termos de benefícios, investimento inicial e custos de manutenção, proteger grandes reservas marinhas também é mais vantajoso financeiramente, afirma Ashley McCrea Strub, da Universidade da Colúmbia Britânica, durante o IMCC. É simplesmente mais fácil e eficiente, por exemplo, vigiar uma grande reserva do que numerosas unidades menores.
"Não significa que devemos abrir mão de áreas de proteção pequenas”, disse McCrea Strub. "Alguns países não têm grandes Zonas Econômicas Exclusivas ou recursos para criar áreas protegidas”. Entretanto, uma ligeira mudança de foco permitirá que áreas marinhas bem maiores conquistem uma proteção mais eficiente e rápida .


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